quinta-feira, 21 de julho de 2011

Benfica: 4x1x3x2 vs 4x4x2 clássico

 É um debate que surgiu desde meados da época transacta e que vai ganhando cada vez mais protagonismo na pré-época que agora vai a meio (não tanto para o Benfica, que recebe o Trabzonspor já dia 26 no primeiro jogo oficial da temporada). Jorge Jesus tem, neste momento, perante si o apoio de uns ao sistema de jogo em vigor (4x1x3x2) e a contestação de outros.
 Quando chegou ao Benfica no Verão de 2009, Jesus implementou desde o início ideais ultra-ofensivos no balneário, materializados na prática por este desenho táctico. Dois laterais rápidos e muito aguerridos (na altura Maxi Pereira e Fábio Coentrão), um central alto, que carrega a mística de toda a equipa (Luisão), e outro central detentor de uma técnica evoluída e que era o primeiro jogador a iniciar os ataques desde o sector defensivo (David Luiz). Javi García era (e ainda é) o pivot que garantia o equilíbrio defensivo à frente da linha mais recuada em conjunto com as constantes cavalgadas de Ramires (ora a defender, ora a atacar), que actuava descaído na ala direita do trio ofensivo do meio-campo. Di María cumpria as funções de fantasista na ala esquerda e municiador de bolas para a grande-área e Aimar, na posição de '10' clásssico, dava o toque de magia que a equipa necessitava. Saviola jogava desde trás, sendo uma espécie de pivot ofensivo e Cardozo, mais fixo, era o finalizador desta orquestra bem dirigida, que se viria a sagrar campeã nacional.

Benfica campeão nacional na época 2009/2010 sob o sistema de 4x1x3x2

 Os verdadeiros problemas surgiram quando o sistema deixou de funcionar e os resultados deixaram de surgir na temporada seguinte. David Luiz não era o mesmo (saiu em Janeiro para o Chelsea), Ramires e Di María foram transferidos para Ligas desportiva e economicamente mais atractivas e Cardozo passou de herói a mal-amado na Luz (já para não referir Roberto, responsável directo pela perda de vários pontos no campeonato). Jesus chegou a ter o lugar em risco e o exigente tribunal benfiquista queria respostas imediatas da direcção do clube encarnado. A época revelou-se um fracasso.
 Já durante a pré-época que decorre actualmente, têm surgido cada vez em maior número as sugestões da alteração do modelo táctico para um 4x4x2 clássico. Assim que todos os jogadores regressarem das competições em que as respectivas selecções estão envolvidas, a defesa deverá recompor-se numa linha de quatro jogadores consistentes (Maxi, Luisão, Garay e Capdevila ou Emerson). Face à perda de condição física de Aimar (32 anos já pesam e sempre foi propício a lesões), jogar com um duplo pivot no centro do terreno parece ser uma solução bastante viável. Javi García mais defensivo e Axel Witsel a comandar as operações ofensivas, justificando a sua contratação e jogando na posição onde se sente mais confortável, espalhando perfume futebolístico pelo campo com a classe que tem e que lhe é reconhecida internacionalmente. Gaitán e Enzo Pérez parecem perfeitamente capazes de assegurar o bom funcionamento das alas e a dupla atacante mantém-se com Saviola e 'Takuara' Cardozo, de quem se espera uma temporada arrebatadora a nível de golos, já que as suas limitações técnicas são claras.
 Podemos assim dizer que Jesus deverá repensar a sua filosofia táctica e explorar novos caminhos, que possam devolver ao Benfica o futebol de estilo "rolo-compressor" de há duas épocas, que, aliás, levou as 'águias' à conquista do campeonato, a grande prioridade do clube.

Witsel pode ser a solução para o lugar de 'número 8'

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